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sexta-feira, 16 de março de 2018

Nova política do MEC coloca assistentes de alfabetização nas escolas


Projeto faz parte de nova política que quer melhorar os índices de aprendizagem dos alunos.

Por: Caroline Monteiro


Ministra substituta do MEC, Maria Helena Guimarães | Foto: Divulgação/Ministério da Educação.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quarta, dia 25, a Política Nacional da Alfabetização. O projeto se baseia em medidas integradas que envolvem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a nova política deformação de professores e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Em conjunto, será criado o Programa Mais Alfabetização, com início previsto para 2018.
O objetivo do novo programa é reverter os índices de aprendizagem no país, que se mostraram estagnados na Avaliação Nacional de Alfabetização (veja box). A meta do MEC é atender 4,6 milhões de alunos com a inclusão de assistentes de alfabetização em sala de aula. Segundo Rossieli Soares da Silva, secretário de Educação Básica do ministério, os assistentes dedicarão cinco horas semanais a uma das 200 mil turmas atendidas pelo projeto, entre os 1º e 2º anos do Ensino Fundamental.
Escolas consideradas vulneráveis, com níveis insatisfatórios, poderão ter assistentes por 10 horas semanais. O atendimento mais extenso dos assistentes de alfabetização atingirá 200 mil alunos em 5 mil escolas. Rossieli reforçou que o novo Programa Mais Alfabetização está baseado em três princípios: protagonismo das redes, formação centrada na prática e formação docente realizada em serviço. Segundo o secretário, também será incentivado o compartilhamento de materiais entre as redes que têm políticas de referência e aquelas que precisam melhorar o desempenho.
No anúncio da política, Maria Helena Guimarães, ministra substituta da Educação (o titular, Mendonça Filho, está de licença para assumir o mandato de deputado na Câmara) reiterou o interesse do MEC em estipular a alfabetização nos dois primeiros anos. “Se nós adiarmos a alfabetização até o final do 3º ano, nós estaremos condenando as crianças brasileiras a um futuro terrível, trágico”, disse.
Resultados do ANA   

Segundo o MEC, os níveis de alfabetização dos brasileiros em 2016 são praticamente os mesmos de 2014. Mais da metade dos alunos do 3º ano do Fundamental teve nível insuficiente nas provas de leitura e matemática. A terceira edição da ANA foi aplicada pelo Inep entre 14 e 25 de novembro de 2016 e foram avaliadas 48,8 mil escolas, 106,6 mil turmas e 2,2 milhões de estudantes (90% deles com 8 anos de idade). Veja alguns dados relevantes: 

- 54,73% dos alunos avaliados em 2016 têm nível de leitura elementar ou básico, ou seja, insuficiente. Em 2014, a taxa era de 56,17%. Isso significa que mais da metade dos alunos do 3º ano tenha dificuldade ou incapacidade de um texto como convite ou receita culinária ou localizar informação explícita em textos de até cinco

- 34% apresentaram proficiência insuficiente em escrita. Entre as dificuldades deste grupo, está a produção de textos legíveis sem troca ou omissão de letras. Como a metodologia desta prova mudou de 2014 para 2016, não é possível fazer a comparação com os últimos dados.  

- 54,46% dos avaliados têm nível insuficiente em Matemática. Em 2014, o índice era de 57,07%. Estes alunos podem não reconhecer nomenclatura de figura geométrica plana, associar a escrita por extenso a número de três algarismos ou reconhecer o valor monetário de uma cédula.



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